segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Educação Patrimonial


                                                       Educação Patrimonial: conceito

            Geralmente a pouca valorização do Patrimônio Cultural se dá pelo desconhecimento que boa parte da população possui acerca do assunto, visto que não é tratado com tanta importância nas escolas. Logo, se faz necessário trabalhar e pesquisar o patrimônio cultural nas escolas e universidades, fortalecendo as relações das pessoas com suas heranças culturais e estabelecendo um melhor relacionamento destas com seus bens. Trata-se de fazer com que elas compreendam sua responsabilidade pela valorização e preservação do patrimônio, fortalecendo assim sua identidade cultural. A esse processo de educação patrimonial, Paulo Freire denomina de “alfabetização cultural”. Um processo consistente, permanente, e transdisciplinar. Educação Patrimonial consiste, portanto, na construção e compartilhamento de novos conhecimentos a cerca do patrimônio cultural, contribuindo para transformar a relação entre a comunidade e seu patrimônio.

                                                      Educação Patrimonial: objetivos


            No que se refere aos seus objetivos, a educação patrimonial pretende sensibilizar a população local sobre a importância de valorizar e preservar sua identidade, ou seja, o seu patrimônio cultural, desde que se entenda como preservação a garantia do direito à memória individual e coletiva, exercendo assim a cidadania. É finalidade também, permitir o conhecimento e o reconhecimento dos fatores importantes para os diversos grupos que formam uma sociedade, contribuindo assim na preservação cultural, sobre todos os bens (material/imaterial) que são dotados de informações referentes à identidade. O conhecimento crítico é de fundamental importância para a consciência sobre o “patrimônio” individual e coletivo, e é essencialmente válido para o fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania, a nossa “marca”, o que nos diferencia dos demais grupos. Essa ideia de diversidade cultural colabora para o crescimento da tolerância, respeito e valorização das diferentes culturas existentes no mundo.
            A partir da década de 1990 há um maior reconhecimento do Patrimônio Cultural e natural como ferramenta valiosa para salvaguardar a independência, soberania e as identidades culturais dos grupos latino-americanos, porém o maior desafio, de fato, é o despertar da consciência e a afeição a esses bens.
            Vale lembrar que o conceito de patrimônio cultural abarca desde o meio ambiente até as inúmeras formas de expressão cultural intangíveis. O ensino e a aprendizagem nesse âmbito, vê a população como agente histórico e produtor cultural e à medida que cada cidadão aumenta seu sentimento de pertencimento, aumenta também a sua autoestima e sua identidade. No Brasil, o IPHAN (Instituto Histórico e Artístico Nacional desempenha um papel muito importante, tanto no que se refere à preservação do patrimônio cultural, como na educação, atuando com atividades extracurriculares e interdisciplinares que valorizam e reconhecem as várias culturas locais, regionais e nacionais.


Fonte: CUSTÓDIO, Luís Antônio Bolcato. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2003/ep/index.htm>  Acesso em: 24/11/2008

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

1817; Início e Disseminação do Sentimento de Liberdade.


            Para podermos compreender a Revolução de 1817, temos de entender como se dava o cenário internacional, e também o cenário interno, principalmente o nordestino. Naquela época, a colônia encontrava-se em um delicado momento econômico, de dependência à Portugal que, neste contexto, estava dependente da Inglaterra, devido a Revolução Industrial e os tratados de 1810. Tratando-se apenas do Nordeste, esse passava por dificuldade nas exportações. Os principais produtos (algodão e açúcar) que eram exportados tiveram baixas significativas, o que acarretou em menor renda para a região, que já se encontrava periférica em relação ao sul e o sudeste, principalmente o Rio de Janeiro, onde se encontrava a Família Real. Além das baixas exportações, ainda havia outro problema, que era o de que a colônia estava repleta de produtos ingleses, desvalorizando ainda mais os produtos internos.
Outro ponto importante a ser comentado sobre o sentimento de liberdade decorre do fato da independência de outras colônias, essas na América Espanhola. Inspiradas nas ideias iluministas, e devido as invasões das tropas napoleônicas na Espanha, a elite que vivia nas colônias hispânicas se mobiliza e, nesse momento, há a independência das colônias espanholas. Há também outro levante, esse em São Domingos (Haiti), foi liderado por negros escravos que conseguiram a independência haitiana, o que trouxe receio para a colônia portuguesa, pois temiam que os colonizados tomassem o exemplo do Haiti.
Diante de todos esse eventos e com o descontentamento com a coroa portuguesa, é em 6 de março de 1817 que explode a Revolução em Pernambuco, onde há a criação de um governo provisório, se alastrando em pouco tempo para outras províncias; Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. O movimento que eclodiu em março trouxe insegurança para a Monarquia, poderia servir (e serviu) de exemplo para outros movimentos de cunho separatista.
O movimento teve repercussão internacional, houve publicações sobre a revolução em diversos jornais da Inglaterra, Estados Unidos, França, Portugal e Rússia. É tanto que no Times, diversas edições puseram notícias sobre a Revolução, desde o seu reconhecimento como revolução, até o seu fim.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Sentido de Patrimônio Nacional no Século XX


A primeira lei patrimonial visando à proteção do patrimônio nacional foi o Antiquities Act, em 1906 – mesmo ano da lei francesa –, restringindo-se a proteger todos os bens culturais de interesse da nação. Em 1935, o Historic Sities Act viria a complementar esta lei.
No período que vai de 1914 a 1945, - quando duas guerras mundiais eclodem sob o impulso dos nacionalismos - a ênfase no patrimônio nacional atinge o seu ápice. Durante esse conturbado período, os italianos usaram vestígios dos seus antepassados romanos para construírem uma identidade calcada nesse patrimônio, restaurado, glorificado e exaltado. Não foi à toa que o nacionalismo italiano usava símbolos materiais do poder romano, como o feixe, do qual deriva o próprio nome do movimento: o facismo. A Alemanha nazista também seguiu os mesmos passos, utilizando vestígios dos germanos para justificar reivindicações territoriais e invasões militares. Nesse sentido, mesmo em países democráticos, os vestígios de povos antepassados eram tomados como parte essencial da construção de um patrimônio nacional fortalecido.
O fim do conflito armado e a derrota dos nacionalismos facistas na Alemanha, Itália e Japão colocariam em xeque as interpretações nacionalistas e racistas do passado. O nacionalismo, associado ao imperialismo, seria superado com o fim da Segunda Guerra Mundial, juntamente com a criação da ONU e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), ambas em 1945.
Nos países capitalistas desenvolvidos, o pós-guerra foi caracterizado pelo crescente desenvolvimento de movimentos sociais, em prol dos direitos civis, da emancipação feminina, do reconhecimento da diversidade em vários aspectos. Esses movimentos demonstraram a existência de diversos grupos e interesses sociais, e como essa variedade poderia gerar conflitos sociais no interior dos países. Assim, a ideia de unidade nacional através de uma só língua, cultura, origem e território, era minada no cotidiano das lutas sociais. Os movimentos em defesa do meio ambiente também foram importantes para a ampliação da noção de patrimônio, para que incluísse não apenas a cultura, mas também a natureza. Por fim, na década de 1950, a legislação de proteção de patrimônio amplia-se para o meio ambiente e para os grupos sociais e locais, antes preteridos em benefício da nacionalidade.
Portanto, essa multiplicação patrimonial ocorreu em conjunto com a crescente participação dos próprios cidadãos na gestão dos bens patrimoniais, culturais e ambientais, que deixaram de ser apenas preocupação da administração pública nacional.

Fonte:
FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Conceito de Patrimônio no Decorrer da História


     Patrimônio (patrimonium) é uma palavra de origem latina que, segundo os antigos romanos, se refere a tudo o que pertence ao pai de família (pater). No início, o patrimônio era dotado de um valor aristocrático, referente à transmissão de bens no seio da elite patriarcal romana. Não havia o conceito de patrimônio público. Ao contrário, o Estado era apropriado pelos pais de família. Nesse sentido, o patrimônio era patriarcal, individual e privativo da aristocracia.
     A partir da Antiguidade tardia (séculos IV-V) e, principalmente, da Idade Média (séculos VI-XV), acrescentou-se ao caráter aristocrático do patrimônio o caráter religioso. Com a difusão do cristianismo, o culto aos santos e a valorização das relíquias deram às pessoas um sentido simbólico e coletivo de patrimônio. Dessa forma, os sentimentos religiosos elevaram-se à categoria de valores sociais compartilhados, concretizando a valorização dos objetos, lugares e rituais coletivos. Assim, a monumentalização das igrejas e catedrais dominou as paisagens do mundo físico e espiritual.
     Em seguida, o Renascimento viria produzir uma essencial mudança de perspectiva nas sociedades européias da época. Os homens de então lutaram pelos valores humanos em substituição ao domínio da religião, fortalecendo o antropocentrismo e combatendo o teocentrismo que prevalecera por longos séculos. Os humanistas começaram, então, a se preocupar com a catalogação e coleta de tudo que viesse dos antigos: moedas, inscrições em pedra, vasos de cerâmica, estatuária em mármore e em metal. Vestígios de edifícios também eram medidos, desenhados e estudados com grande dedicação. Esses humanistas fundaram na Europa o que viria a se chamar de Antiquariado. Nesse sentido, eles retomaram o passado através de sua concreta valorização, buscando inspiração na Antiguidade grega e romana.
     Entretanto, o surgimento dos Estados absolutistas desencadeou uma transformação radical no conceito de patrimônio. Em tais sociedades, ele não era algo público e compartilhado, mas privado e aristocrático, devido ao forte caráter monárquico presente nas unidades territoriais. Até o século XVIII, na Europa, os Estados eram monárquicos e religiosos, baseados da identificação da nação com a casa real. Todos eram súditos do reino e deviam fidelidade ao rei, soberano por direito divino, legitimado pela Igreja Católica. Assim, o patrimônio voltou a ser aristocrático, na forma de coleções de antiguidades, como o imenso acervo dos papas que, hoje, está no museu do Vaticano.
     O moderno conceito de patrimônio se desenvolveu na França, a partir da revolução de 1789. A Revolução Francesa viria a destruir os fundamentos do antigo reino, acabando com a hegemonia absoluta dos reis e, consequentemente, modificando a razão de ser do Estado e da população. A República criava a igualdade, refletida na cidadania dos homens. Dessa forma, foi preciso criar os cidadãos, fornecer os meios para que compartilhassem valores e costumes, para que tivessem um solo e uma origem. O Estado nacional teve como tarefa principal inventar os cidadãos. Estes deveriam compartilhar uma língua, uma cultura, uma origem e um território. Em plena Revolução Francesa, em meio às violências e lutas civis, criava-se uma comissão encarregada da preservação dos monumentos nacionais. O objetivo era proteger os monumentos que representavam a incipiente nação francesa e sua cultura. Assim, começa a surgir a atual concepção patrimonial, não mais no âmbito privado ou religioso das tradições antigas e medievais, mas de todo um povo, com uma única língua, origem e território.

Fonte: FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

O Patrimônio Mundial e as Convenções Internacionais


A primeira convenção concernente ao patrimônio mundial, cultural e natural foi adotada pela conferência geral da Unesco em 1972, a partir do reconhecimento da importância da diversidade. A grande novidade consistiu em considerar que os sítios declarados como patrimônios da humanidade pertenciam a todos os povos do mundo. Segundo essa convenção, subscrita por mais de 150 países, o patrimônio da humanidade compõe-se de:
  • Conjuntos: grupos específicos de construções;
  • Formações geológicas ou fisiográficas: habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção;
  • Monumentos: obras arquitetônicas, esculturas, pinturas, vestígios arqueológicos, inscrições, cavernas;
  • Monumentos naturais: formações físicas e biológicas;
  • Sítios: obras humanas e naturais de valor histórico, estético, etnológico ou científico;
  • Sítios naturais: área de valor científico ou de beleza natural.

Entre as convenções internacionais realizadas ao longo da segunda metade do século XX, acentuaram-se as preocupações com a temática da restauração e com a adoção de normas internacionais de proteção. Nesse sentido, tiveram grande importância a Carta de Veneza e a Declaração de Amsterdã.
Resultantes dos congressos realizados, respectivamente, em 1964 e 1975, imprimiram novos parâmetros de análise à questão do patrimônio, na medida em que propuseram a ampliação do conceito de monumento, recomendando também a preservação de obras consideradas modestas que tenham adquirido significação cultural e a proteção de conjuntos, bairros ou aldeias que apresentem interesse histórico e cultural.
A Declaração de Amsterdã introduziu orientações para viabilizar a implantação de ‘’políticas de conservação integrada’’, inaugurando uma abordagem pautada pela noção de integração do patrimônio à vida social e conferindo ao poder público municipal a responsabilidade de elaborar programas de conservação e aplicar os recursos financeiros angariados para esses fins. O documento recomendava ainda o envolvimento da população nos processos de preservação, de modo a garantir maior observância dos valores ligados à identidade microlocal e evitar a evasão dos habitantes em virtude de especulação.

Fonte:

FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra de Cássia Araújo. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

II Estação Patrimonial

      Nossa segunda Estação Patrimonial foi mais um sucesso. Tivemos a visita de vários turistas e alunos de escolas daqui de João Pesssoa. Muito obrigado a todos que nos visitaram na Praça João Pessoa. Para quem não pode ir teremos mais uma. Aguardem a nossa próxima Estação Patrimonial!

Fotos da II Estação Patrimonial

Integrantes do projeto ouvindo histórias de visitante.

Coordenadora do projeto conversando com crianças que visitavam a Praça.

Integrantes do projeto convidando a população para visitar a Estação.